domingo, 31 de março de 2013



23/03/2013 16h34 – G1MUNDO

BOLÍVIA ANUNCIA QUE ENTRARÁ COM PROCESSO CONTRA O CHILE EM HAIA PARA OBTER ACESSO AO MAR

O país quer recuperar acesso ao mar, perdido em guerra há 134 anos. Segundo Evo Morales o processo será levado à Haia nos próximos dias.

O presidente Evo Morales anunciou no sábado (23/3) que a Bolívia entrará com uma ação judicial contra o Chile no Tribunal de Haia, com o intento de recuperar sua saída para o mar, perdida para o país em uma guerra há134 anos. O anúncio do presidente foi feito durante a celebração do “Dia do Mar”, que relembra a defesa das terras bolivianas no início da Guerra do Pacífico contra o Chile.

De acordo com as palavras de Morales “...decidi que nos próximos dias uma comissão viajará à Haia para apresentar um processo para que tenhamos acesso ao mar.” Ele ainda completou que a assembleia legislativa boliviana aprovará uma lei nos próximos dias para ratificar a integridade do Pacto de Bogotá de 1948, que reconhece a jurisdição da Corte de Haia, para definir o processo contra o Chile que será apresentado.

Evo criticou duramente o Chile, argumentando que o país tem ignorado a reivindicação do povo boliviano de uma reintegração de sua saída para o Pacífico durante 134 anos, mas de acordo com o presidente, tal situação não se prolongará.

Os países, Bolívia e Chile, não possuem relações diplomáticas desde 1978, conversaram entre 2006 e 2011 sobre uma agenda bilateral de 13 pontos, na qual a questão marítima estava envolvida, porém nunca chegaram a um acordo.

Santiago criticou várias vezes a posição de La Paz e pediu para voltarem às mesas de negociação.

Muitos podem pensar que a atitude do presidente Morales em relação ao Chile não passa de uma birra do irmão mais novo que como não conseguiu o que queria do mais velho com seus encantos, resolveu apelar e chamar a mãe para resolver a questão. Porém, a situação se analisada do ponto de vista boliviano, se torna bem mais profunda que uma simples birra de criança.

A Bolívia é um país que quer crescer, que precisa crescer, porém é muito complicado. A condição de subdesenvolvida está entranhada na nação. Para que eles consigam algum êxito em sua escalada quem sabe ao grupo dos desenvolvidos, é preciso que aumentem sua produção, aumentem suas relações, mas como empreender tal campanha, se nem ao menos se tem acesso ao mar? Um empecilho e tanto, poderia se dizer.

O Chile argumenta que a decisão de La Paz foi precipitada. Durante 134 anos os bolivianos argumentaram, pediram, negociaram, só estava faltando ficar de joelhos para implorar, bem talvez fosse isso que os chilenos quisessem, porém a questão nunca foi resolvida. Agora se tem a acusação de que a decisão foi precipitada? Se tais argumentos não foram proferidos com intenção de insultar o povo boliviano, os chilenos precisam mascarar melhor o seu cinismo, porque a impressão que se teve foi exatamente essa.

A Bolívia tem sim todo o direito de fazer tal reinvindicação, o acesso ao mar antes da guerra era seu por direito, nada mais justo que nos tempos atuais se dissolvam todas as controvérsias do passado, principalmente as injustiças cometidas em tempos de guerra e esse foi um exemplo de grande injustiça. O Chile tem amplo acesso ao mar, se observado o mapa abaixo, nota-se tal situação. E a Bolívia? Nada. O que mais os chilenos querem? Têm uma economia muito mais desenvolvida que a boliviana e ainda querem lhe tirar a única chance de crescer? Não mesmo. Esperemos os resultados do pedido de ação que será movido contra tal país e vejamos se o bom senso prevalecerá na questão.


Por: Mariana Roriz.




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